Há por toadas as auto-proclamadas “democracias do mundo civilizado”, um aumento e intensificação de politicas que ofendem objectivamente os direitos das populações, gerando ondas de descontentamento que crescem na mesma proporção.
O capitalismo não integra no seu código genético a capacidade de gerir as necessidades das populações, na medida em que isso influi directamente com os interesses conjunturais dos grupos económicos. A perspectiva capitalista assenta principalmente sobre a acumulação de riquezas em franjas da classe dominante, que inclusivamente se digladiam entre si.
À medida que estes interesses vão cimentando o seu domínio económico sobre a distribuição da riqueza, a restante população vai sendo limitada nos seus direitos materiais: do trabalho e da habitação à alimentação, passando pelo acesso à educação e à saúde. Para conter o crescente descontentamento que tal situação provoca, as ditas “democracias modernas e civilizadas” exercem a mais forte diversão sobre as massas, no sentido de as alhear da realidade material, projectando o pensamento colectivo para a esfera do idealismo.
No entanto o poder sabe bem que não basta limitar no plano das ideias a capacidade criativa das massas: é preciso limitá-la no plano material.
Além dos retrocessos civilizacionais que representam as retiradas de direitos, a diminuição dos salários, as privatizações, os actuais governos, independentemente de estarem nas mãos dos “socialistas” ou “sociais-democratas”, “liberais” ou “conservadores”, esquerda” ou “direita” (nas suas concepções vazias), criam todas as condições para a adopção do estado policial como forma paradigmática do Estado.
In presentia, os governos propõem a criação de um estado que dispõe dos mecanismos tecnológicos necessários à investigação criminal através do cadastro global das comunicações e transferência de dados entre todos. In absentia, os governos lançam a passadeira para um estado policial que se vai desenhando como raiz de uma nova forma de fascismo.
Via Império Bárbaro
quinta-feira, janeiro 10, 2008
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1 comentário:
É um grande texto!
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