sábado, dezembro 29, 2007

A lei dos partidos

A actual lei dos partidos é mais um passo no desvirtuamento da democracia em Portugal.

Exigir que um partido apresente os nomes de 5 000 membros é pidesco, contrário ao direito de reserva que cada cidadão tem de preservar as suas convicções politicas.

Não faz nenhum sentido exigir que um partido tenha o mínimo de 5 000 membros, qual o problema de ter meia dúzia. Qual o problema de meia dúzia de pessoas defenderem um ideal?

Esta lei é profundamente antidemocrática, reaccionária e claramente visa atacar os partidos que pretendem a mudança desta politica putrefacta.

sexta-feira, dezembro 28, 2007

Coisas da Venezuela

“A oposição venezuelana opõe-se por sistema a tudo o que proponha o governo bolivariano, independentemente do que esteja em causa.
Quando se colocou a necessidade de trocar – sem custo algum para a população – as lâmpadas incandescentes por outras economizadoras de energia, a oposição opôs-se com argumentos «científicos», que circularam amplamente de boca em boca e pela Internet. Alegadamente, as lâmpadas tinham um «chip» que gravava as conversas familiares. E esse mesmo «chip» revelava quantas pessoas viviam na casa, o que permitiria ao governo saber se havia um quarto disponível, caso em que o proprietário deveria cedê-lo para que fosse ocupado por um médico cubano!
Com este tipo de argumentação envenenaram boa parte da população e em muitos bairros das zonas de classe média e classe alta as juntas de condóminos impediam o acesso dos voluntários encarregues da troca. “

O que nos vale é que nos EUA os Democratas são muito diferentes dos Republicanos

Leslie Stahl no programa da CBS – 60 Minutos em 5/12/1996, a entrevistar a Secretária de Estado Medeleine Albright sobre as sanções impostas pelos Estado Unidos ao Iraque:
Leslie Stahl: "Soubemos que meio milhão de crianças morreram, quero dizer, são mais crianças do que as que morreram em Hiroxima. E, bom, acha que este preço valeu a pena?"
Madeleine Albright: "Penso que é uma escolha difícil de fazer, mas o preço – achamos que o preço valeu a pena."

sexta-feira, dezembro 21, 2007

Almada recusa traçado da rede de alta tensão

Assembleia Municipal de Almada decidiu ontem à noite, por unanimidade, recusar a cedência de terrenos do domínio público à Rede Eléctrica Nacional, para colocação de 80 postos de muito alta tensão entre Fernão Ferro (concelho do Seixal) e Trafaria (concelho de Almada).

A recusa da Assembleia Municipal prende-se com a discordância em relação ao traçado da linha proposto pela REN. A população local e os orgãos municipais consideram que esse traçado põe em causa a saúde pública, por passar muito perto de escolas e zonas habitacuionais. Em alternativa, propõem um traçado alternativo, ao longo da linha do caminho de ferro.

domingo, dezembro 16, 2007

Quantos portugueses sabem ?

"Quantos portugueses sabem que no passado dia 2 de Outubro, 100 mil dinamarqueses saíram à rua em Copenhaga, para se opor aos cortes nos programas sociais do Estado? E que esta é a terceira grande manifestação do último ano e meio nesse país, berço da flexigurança?

Quantos saberão que dois dias depois da manifestação de Lisboa, centenas de milhar de italianos saíram à rua em Roma numa manifestação em que o mar de bandeiras vermelhas com foice e martelo não deixa margem para dúvidas sobre o sentir dos manifestantes?

Quantos de nós sabemos que a Bulgária está a ser varrida por uma onda de greves, com destaque para a greve dos professores, que recebem reformas de apenas 60 euros por mês?

Ou que a Suíça conheceu a maior manifestação sindical desde há várias décadas, quando 20 mil trabalhadores da construção civil se manifestaram pelos seus contratos nas ruas de Zurique em 22 de Setembro?

Ou que os trabalhadores britânicos estão a protagonizar um ascenso de lutas que chegam a ser ilegais, organizadas clandestinamente e apanhando o governo de surpresa com uma adesão quase total, como foi o caso da recente greve dos guardas prisionais? Ou que algo de análogo se passa na Alemanha? "

António Vilarigues n`O Castendo

sábado, dezembro 15, 2007

Oscar Niemeyer, 100 anos de criação

Oscar Niemeyer, em entrevista a Maria da Paz Frechautna Única do Expresso de 8.12.2007

O idealismo e o desejo de inovação foram motores da sua vida. Ainda continua um idealista?

Permaneço um idealista, na medida em que continuo a sonhar com um Mundo mais fraternal e solidário, onde desapareçam as disparidades sociais, hoje ainda muito profundas.

O que é ser comunista hoje?

Confiar no advento de uma sociedade mais igualitária, que deixe de exibir as contradições lamentáveis que o regime capitalista criou.

Qual a coisa mais importante desse sopro que diz ser a vida?

Talvez a capacidade de os homens se fazerem mais solidários e responderem a um mundo onde ainda prevalecem a pobreza e as desigualdades sociais.

Afinal parece que sempre acordaram alguma coisa

“Se fizer um referendo, Sócrates é um traidor”, diz o conselheiro de Sarkozy, Alan Lamassoure (Expresso)

O referendo na Venezuela

Paradoxalmente, o triunfo eleitoral da oposição venezuelana é, também, uma vitória moral para o movimento que encabeça o polémico chefe de Estado: de súbito, o referendo e o seu desfecho desmentem em toda a linha aqueles que acusaram Chávez de antidemocrático, de autoritário e até de ditador, e obrigam a recordar a trajectória de um governo que se submeteu ao veredicto dos cidadãos em numerosas ocasiões, todas elas com elevação: para ganhar a Presidência, para aprovar a Constituição vigente, para o referendo revocatório exigido pela oposição e para ser reeleito.

Ele, agora que perde uma dessas consultas e aceita sem ambiguidades um resultado eleitoral que lhe é adverso, referenda atitudes e disposições inequivocamente democráticas que devem ser-lhe reconhecidas.

Com o referendo de ontem desactivam-se, por acréscimo, as tendências golpistas que sempre alentaram sectores da oposição venezuelana, apoiados por posturas internacionais, como as que representam o actual presidente dos Estados Unidos e o ex primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar, partidários da democracia só quando esta é favorável aos seus interesses e aos seus parceiros, e instigadores de acções violentas e ilegais contra governos que não se filiam na direita neoliberal.

quinta-feira, dezembro 13, 2007

Muito alta tensão em Almada

O Município de Almada vai decidir na Assembleia Municipal a realizar na próxima segunda-feira dia 17, a posição a tomar face à linha de alta tensão que a REN(Redes Energéticas Nacionais), pretende instalar e que atravessa as freguesias da Trafaria e da Charneca

a comissão de moradores já está a recolher 4000 assinaturas para formalizar uma petição para que as obras sejam interrompidas, a ser entregue no ministério e no Parlamento."O que pedimos ao ministro da Economia é que equacione um traçado alternativo ou o próprio enterramento das linhas", reivindicou o porta-voz daquela comissão, Filipe Santos, acrescentando que o protesto será repetido segunda-feira na assembleia local. "É uma questão de saúde pública - em causa estão milhares de habitantes, incluindo uma escola com 900 alunos - , mas também de desvalorização do património e do potencial económico que a própria zona possui", alertou.

Constituição Europeia? Ouçam as pessoas!


Este abaixo-assinado, visa recolher assinaturas de toda a UE apelando para um referendo sobre o próximo tratado europeu.

Assinada por deputados do Parlamento Europeu pertencentes a sete diferentes grupos políticos: Anna Zaborska, Eslováquia (EPP), Panayiotis Demetriou, Chipre (PPE), Max van den Berg, Holanda (PSE), John Attard-Montalto, Malta (PSE), Diana Wallis, Reino Unido (ALDE), Silvana Koch-Mehrin, Alemanha (ALDE), Ryszard Czarnecki, Polónia (UEN), Gérard Onesta, França (GREENS/EFA), Tobias Pflueger, Alemanha (GUE) e Jens-Peter Bonde, Dinamarca (IND/DEM).

É apoiado por outros deputados do Parlamento Europeu e ONG’s em todos os 27 estados membros.

quarta-feira, dezembro 12, 2007

Metro Sul do Tejo


Metro Sul do Tejo (MST), 15 de Dezembro é a data prevista para o início da exploração da segunda linha, entre Corroios e a Universidade da Caparica, a partir dessa data é que se pode avaliar da validade ou não deste projecto estruturante para a cidade de Almada.

Aprovar o Tratado e não falar mais dele

"A Europa comunitária, traumatizada com toda a complexidade diplomática que antecedeu a aprovação do Tratado, quer resolver o assunto o mais rapidamente e nunca voltar a falar dele."

domingo, dezembro 09, 2007

O Poder

"Estruturados em torno das velhas famílias que suportaram e apoiaram a ditadura fascista ou que despontaram após o 25 de Abril (Famílias Mello, Espírito Santo, Champalimaud, Azevedo, Amorim, Berardo, Roque, Teixeira Duarte, Pereira Coutinho, Salvador Caetano, Queiroz Pereira, Mota, Vaz Guedes, Fino, Moniz da Maia, etc.), estes Grandes Grupos Económicos tecem entre si e com o capital estrangeiro uma densa rede de ligações económicas e financeiras, sociais e políticas, constituindo uma poderosa oligarquia económica que, com outros sectores da grande burguesia portuguesa e estrangeira, procura assegurar a continuidade do seu poder económico, político e ideológico na sociedade portuguesa."

José Lourenço, na Conferencia Nacional do PCP, sobre questões económicas e sociais.

sábado, dezembro 08, 2007

Resumo da cimeira Europa África

«(...)Esta é a triste história das relações da Europa com África de há cinco décadas para cá: os governos europeus dão umas esmolas e, em troca, avançam a seguir as multinacionais que sacam tudo o que podem sacar(...)"

Miguel Sousa Tavares – Jornal Expresso 08/12/2007

sexta-feira, dezembro 07, 2007

O PS e a liberdade

da Jangada de Pedra

Ontem no parlamento, durante uma interpelação promovida pelo PCP, o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva (ASS), criticou o facto de uma jornalista membro da direcção do Sindicato dos Jornalistas (SJ) escrever simultaneamente no Avante!, órgão central do PCP, acrescentando haver um "conflito de interesses" e não ter "nenuma lição" a receber sobre liberdade de imprensa do PCP.

(ver)O líder da bancada parlamentar do PCP, Bernardino Soares, esclareceu que a jornalista foi eleita pelos seus pares para o SJ: "Porventura, o Governo gostaria que aqueles que estivessem no index dos comunistas não pudessem ser eleitos para certos cargos (...) Mas esse facto que tanto incomoda o sr. ministro não incomoda nada os jornalistas que elegeram a direcção deste Sindicato", frisou.

Aqui está um bom exemplo da ideia que estes nossos "socialistas" têm da liberdade

quinta-feira, dezembro 06, 2007

O Socialismo de Sócrates

Post retirado com a devida vénia d`O Bitoque

"O Estado prepara-se para aumentar o valor das rendas dos seus bairros sociais. A intenção foi anunciada ontem pelo presidente do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), durante um encontro com jornalistas. "Vamos acabar com a renda social e substituí-la pela renda apoiada", disse Nuno Vasconcelos, presidente daquele organismo, responsável pela gestão do parque habitacional da Administração Central do Estado. Para o presidente do IHRU, a coexistência dos dois regimes - de renda social e renda apoiada - gera situações de desigualdade e injustiça inaceitáveis entre moradores dos bairros sociais. Em causa estarão cerca de 11 mil fogos (número que não foi possível confirmar com o IHRU) que ainda se encontram sob o regime de renda social por terem sido arrendados antes de 1993, ano em que entrou em vigor o diploma que criou o regime de renda apoiada." (in DN)

Se equipararem as rendas, aumentando-as, ficarão todos mais contentes e a justiça reparada...A política "socialista" do executivo de Sócrates não deixa de surpreender... os tolos.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Brian de Palma e Cuba


Os EUA proibiram a ida de Brian de Palma, um dos realizadores mais conhecido do cinema norte-americano contemporâneo ao Festival do Novo Cinema Latino-americano, a decorrer na cidade de Havana em Cuba.

Brian de Palma deslocava-se a Havana para apresentar o seu último filme “Redacted”, uma abordagem critica de um dos maiores conflitos da nossa época, a invasão do Iraque.

Eis mais um grande exemplo da liberdade no país de Bush e companhia.

domingo, dezembro 02, 2007

Que farei com este livro?









Na foto: Carlos Santos, Luis Vicente e Paulo Matos

"Que farei com este livro ?",brilhante espectáculo, levado à cena pela Companhia de Teatro de Almada, a partir do texto de José Saramago com o mesmo titulo. Retrata as dificuldades de Camões para, primeiro fazer passar pela censura da Inquisição o manuscrito dos Lusíadas e depois encontrar forma de imprimi-lo - "Se eu fosse esmolar pelas ruas e praças talvez me dessem dinheiro para comer. Mas não mo dariam se eu dissesse que o destinava a pagar ao livreiro que me imprimisse o livro."

A peça é uma crítica e uma denúncia à forma como o poder trata a arte e os artistas, tanto na época de Camões como hoje na de Saramago.

Com um extraordinário elenco de entre os quais se destaca; Paulo Matos (no papel de Camões), Alberto Quaresma, Luís Vicente, Maria Frade, Teresa Gafeira, José Martins e Maria José Paschoal, o cenário é de Manuel Graça Dias e Egas José Vieira

Há a referir que a peça já foi levada à cena nos anos 80 pela CTA, na altura com esse inesquecível actor que era Canto e Castro no papel de Camões.

Decididamente a não perder!

Efectivamente livres

"(...) quando numa sociedade em que as dependências e a precariedade são tantas que poucas vozes são efectivamente livres, apoucar os grevistas de hoje é ser parte da pasmaceira colaboracionista em que nos atolamos. É que há mais dignidade cívica nos grevistas do que naqueles que se queixam por tudo o que é recanto discreto ou anónimo dos males da governação Sócrates e não têm coragem para alto e bom som dizer o que pensam e sofrer as consequências."

Pacheco Pereira No Público de 1 de Dezembro de 2007

sábado, dezembro 01, 2007

Mandato Ilimitado?!


"A reação nunca me deixa de surpreender na sua capacidade de distorcer os factos. Ainda há dias escrevia sobre a (des)caracterização de Chávez como ditactor. Hoje cruzei-me com várias referências à proposta de reforma constitucional na Venezuela como incluindo a possibilidade de mandato presidencial "sem termo", "por tempo indefinido". Pensei primeiramente tratar-se de uma confusão entre a eliminação do limite de mandatos consecutivos e a criação de um mandato ilimitado. Mas o diário gratuito Meia Hora era explícito: "adiando as presidenciais para sempre". Ter-me-ia engando? Pensava que era proposto uma expansão do mandato presidencial e eliminação do limite de termos consecutivos, mas eis que me informavam que Chávez queria ser eleito ad eternum. Nada como confirmar e ler a proposta de reforma constitucional proposta por Chávez e aprovada pela Assembleia Nacional da República Bolivariana da Venezuela.O Art.47º dessa proposta parece-me claro. Propõe a seguinte reforma do Art. 230º da Constituição:

O período presidencial é de sete anos. O Presidente ou Presidenta da República pode ser re-eleito ou re-eleita.

Ora, isso era o que eu pensava. A proposta é de expansão do mandato presidencial de 6 para 7 anos, e a eliminação do limite de dois termos consecutivos. Isso abre a oportunidade de um presidente ser repetidamente eleito, mas isso é muito diferente de "adiar eleições para sempre" depois de instalado no poder.Então, como é possível que vários jornalistas escrevam como se de um mandato ilimitado se tratasse? Será que estes profissionais da informação em vez de consultarem as fontes originais (nada difíceis de encontrar), se baseiam em acusações e deturpações dos opositores de Chávez? Não bastava poderem exagerar que a actual proposta permite uma longa permanencia no cargo (omitindo que tal exige re-eleição); é preciso mentir que a proposta é de mandato ilimitado?!No domingo, o povo venezuelano dirá, pois ele é soberano na república bolivariana. E os milhares venezuelanos desfilando no dia 30, em Caracas, nas Avenidas Bolívar, México, Universidad, Lecuna e San Martín, e noutras cidades, fazem antever mais uma vitória no processo de transformação política e social deste país"
retirado da jangada de pedra

As contas do Secretário de Estado

Suponhamos que há três instituições de um serviço público.
Uma com 100 trabalhadores, outra com 50 trabalhadores e uma terceira com 20 trabalhadores. Na primeira, 90 dos 100 trabalhadores fazem greve e fecha, na segunda, 20 trabalhadores dos 50 trabalhadores fazem greve mas, apesar disso, funciona, e que, na terceira, 10 trabalhadores dos 20 trabalhadores que não aderiram à greve também a mantém aberta e em funcionamento. Em 180 trabalhadores, 120 trabalhadores fizeram greve. O que daria dois terços (quase 67%) de trabalhadores em greve.
Para o senhor secretário de Estado, o resultado da greve teria sido de 33,33% porque apenas 1 em 3 "estabelecimentos" não teria funcionado!
Aquele número de 21,88% é, pura e simplesmente, ridículo! E revela como o falso rigor apanha mais depressa um manipulador que um coxo.
retirado do Anónimo séc XXI